Uma boa dica ao realizar um itinerário de viagem é conhecer locais históricos onde algumas personagens passaram. E foi isso mesmo o que fizemos! Seguimos os passos de Jeanne D’Arc pelo norte da França!
Em 6 de Março de 1429 Jeanne d’Arc chegou a este château alegando ouvir vozes celestiais que diziam que Charles iria conceder-lhe um exército para derrotar o cerco inglês em Orléans. Charles VII a recebeu dois dias após sua chegada e em seguida, mandou-a para a cidade Poitiers para que ela pudesse ser interrogada para garantir que ela estava dizendo a verdade. Jeanne voltou a Chinon, em abril, onde Charles VII concedeu seus suprimentos e mandou-a se juntar ao exército em Orléans.
Quando você está viajando pela França, é impossível não passar por cidades históricas e conhecer personalidades que fizeram a diferença para o país. O Itinerário de Viagem teve a oportunidade de seguir alguns passos de Jeanne D’Arc (conhecida aqui no Brasil como Joana D’Arc) e de quebra acabou conhecendo a França de um ponto de vista diferente.
Jeanne D’Arc foi uma uma chefe militar da Guerra dos Cem Anos (século XV) na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Foi executada pelos borguinhões em 1431. Camponesa, modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa e também heroína de seu povo, canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva em um auto de fé.
Fortresse Royale de Chinon
Blois
Este château, além de residência de vários Reis da France, também foi o local onde o Arcebispo de Reims abençoou Jeanne d’Arc, em 1429, antes dela partir com o seu exército para combater os ingleses e os borgonhões (pessoal proveniente de Bourgogne) em Orléans. Foi construído entre os séculos XIII e XVII, porém é importante salientar aqui que o complexo é formado pela junção de 4 châteaux distintos formando o Blois. Estando no château você pode perceber isso através do pátio interno e pelas alas com os nomes dos reis que ordenaram a construção e residiram por lá, sendo: a parte mais antiga chamada de Château dês Comtes de Blois terminada em 1210, ala Luiz XII construída em 1503, ala François I de 1524, e a ala Gaston d’Orléans de 1638. O que as juntam é o pátio interno que, aliás, traz a belíssima escada em espiral da la de François I e que realmente é linda vista ao vivo e mesmo com chuva!
Órleans
A parte da história de Orléans que mais atrai os turistas é seu vínculo com Jeanne d’Arc, porque foi nesta cidade que ela venceu uma importante batalha rumo à libertação da France do domínio inglês em 1429. Sempre nos dias 19 de Abril e os dias 1º e 8 de Maio a libertação da cidade é reencenada com espetáculo cívico e bênção na catedral. Chegamos muito cedo… a cidade estava começando a ficar enfeitada para a comemoração e deu muita vontade de ficar, mudar os planos e enfim… ficar lá e assistir tudo, mas infelizmente tive que manter o cronograma até porque a próxima parada era o aguardado Château de Chambord.
A casa aonde Jeanne d’Arc se hospedou na cidade, em 1429, fica no número 03 da Place du General de Gaulle. Logicamente, o que vemos hoje é um prédio moderno e não exatamente o prédio que ela morou porque o bairro foi inteiramente devastado pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, na década de 40. Mas você tem a oportunidade de visitar exposições temporárias no primeiro e no segundo andar com maquetes e uma montagem audiovisual que reconstitui a vida Jeanne d’Arc, desde seu nascimento na sua aldeia natal até a morte em Rouen.
A Place du Martroi possui uma imponente estátua de Jeanne D’Arc que foi restaurada pelo escultor Paul Belmondo após ter sido destruída durante a 2ª Guerra Mundial. Quando eu falo imponente é porque era mesmo! É uma estátua com dimensões grandes e perto do solo.
Catedrale Notre-Dame de Reims
Fomos na famosa Cathédrale Notre-Dame de Reims que possui uma estética harmoniosa e um tamanho monumental. Está no mesmo local desde que foi levantada em 401 (!!!), porém o edifício atual foi construído em 1211. Todas as coroações francesas ocorreram lá até 1825 e inclusive, a coroação de Charles VII foi assistida por Jeanne D’Arc nesta catedral. Estes são os fatos que a tornam ainda mais obrigatória a visita. Muitas revoluções e guerras posteriores ocasionaram efeitos negativos ao edifício, mas o que vemos hoje é a restauração finalizada em 1996.
Ainda sobre a Catedral, preste a atenção na Grande Rosácea que é uma janela do século XIII e mostra a Virgem cercada de apóstolos e anjos musicistas. Se puder, espere o pôr do sol para ver o efeito de cores dos vitrais. A decoração do prédio consiste em muitos anjos e tem um em particular que chama a atenção por exibir um sorriso enigmático, no lado esquerdo do portal de entrada, tanto que o nome dele é “o anjo que ri”. Mais ao topo, na fachada, há um bando de esculturas dos reis, mais conhecida como “Galeria dos Reis”. São cerca de 2.300 estátuas enormes sendo 56 de reis franceses. No interior, a grande nave é ainda mais alta que de qualquer catedral francesa.
Rouen
A Guerra dos Cem Anos com a England e a peste negra, foram fonte de muitos problemas para a cidade no fim da Idade Média e o povo se revoltou. A cidade perdeu seus privilégios comerciais no comércio do rio Seine, o que favoreceu o status de Paris como nova potência comercial. No contexto da guerra, e após a Batalha de Azincourt (1415), os ingleses cercaram e tomaram (mas o correto é falar que “retomaram”) a cidade em 1419. Foi neste cenário controlado pelos ingleses que foi aprisionada e executada Jeanne d’Arc, em 30 de maio de 1431.
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