Punta Arenas, Puerto Natales, Torres del Paine e Parque Nacional Bernardo O'Higgins com sugestões de passeios, restaurantes, hospedagem e muito mais!
PUNTA ARENAS
A cidade de Punta Arenas foi fundada em 1848, tem cerca de 151 mil habitantes (maior que Ushuaia na Patagônia Argentina e, acho eu, é a maior cidade da Patagônia) sendo ela portuária, capital da XII Região Chilena. Ela fica muito perto do Estrecho de Magallanes, ou Estreito de Magalhães.
No total passei 2,5 dias em Punta Arenas (1,5 antes de ir para Puerto Natales e 1 dia antes da volta para o Brasil). Como era Outono, não foi possível fazer o passeio até Seno Otway onde é possível ver os milhares de pinguins, pois eles só ficam lá no verão, assim como não foi possível fazer o passeio até a Isla Magdalena (onde também se pode avistar pinguins). Se você for no verão, considere tempo para ir até esses locais porque é altamente recomendado.
A cidade não é linda, mas é ímpar e vale até uma caminhada por ela. O tempo por lá muda bruscamente, podendo chover, nevar ou fazer sol, mas certamente, não deve fazer muito calor, mesmo no verão. No Outono, pegamos dias de 10ºC e de 16ºC.
Os pontos mais turísticos da cidade são o porto e seus arredores (pois é onde passam os muitos turistas que chegam dos cruzeiros), Plaza Muñoz Gamero (onde as pessoas beijam o dedo do pé da estátua do índio para ter boa sorte), o Museo Regional Braun Menéndez (que tem tópicos da história local e peças de arte européia), Palacio Sara Braun (hoje abriga um hotel e Club de la Unión), o Museo Regional Salesiano Maggiorino Borgatello (histórico, ecologia e antropologia da região de Magalhães) e a zona franca.
Eu não entrei em nenhum dos locais, mas caminhei pela praça e regiões costeira, fui até o porto e fui à zona franca (os preços lá são bons, pelo menos bem melhor que em Ushuaia que também é zona franca).
Ficamos em um hotel chamado Chalet Chapital, pois o preço era bom e bem localizado. Conseguimos caminhar pelos principais pontos da cidade tranquilamente a partir do hotel (só foi necessário taxi para ir até a zona franca que é longe). Além disso, ficava muito perto também dos pontos de partidas dos ônibus para Puerto Natales (dava para ir a pé).
Se você quiser aproveitar um pouco mais das casas e monumentos históricos da cidade enquanto caminha, siga as "rotas patrimoniais" (clique aqui pra você ver no mapa todos os edifícios históricos da cidade).
Para você ter ideia do visual da cidade, aqui vão algumas fotos e lugares. Descendo pela Plaza Osvaldo Wegmann Hansen há árvores com grandes copas, muito bonitas. Esse trajeto faz parte do "Circuito Urbano de Punta Arenas" e você verá placas azuis indicando os edifícios e monumentos que fazem parte do circuito.
Pegamos um voo para Punta Arenas para poder subir até Puerto Natales e conhecer as famosas Torres del Paine.
Na região viviam comunidades chamadas de ona, yámana, tehuelche e alacalufe que hoje já são extintas ou existem em pequeno número. No século 19 foram criados assentamentos e vieram missionários, aventureiros e mercadores da España, Hrvatska (ou como chamamos: Croácia), England e do norte do Chile (principalmente, de Chiloé). Nessa época, iniciou-se a criação de carneiros em larga escala na região, ao mesmo tempo que se iniciou a indústria naval (o Estreito de Magalhães era a principal ligação entre o Pacífico e o Atlântico até a criação do canal do Panamá em 1914).
A economia local é atualmente baseada em carneiros, petróleo e turismo, onde a estonteante beleza natural atrai cada vez mais turistas.
É uma região com lindas montanhas, águas esmeralda, fiordes, florestas, glaciares... bom, se você gosta de ver belezas naturais, vai ser apaixonar pela região (eu me apaixonei e estou planejando voltar lá com mais tempo, muito mais tempo).
As águas tem cor esmeralda, pois advêm do derretimento de glaciares. A formação de fiordes também. Os fiordes são os caminhos entre 'montanhas' onde antes havia um glaciar. Olhando no mapa da região você vai ver muitas e muitas 'ilhas' uma perto da outra. Essas ilhas eram interligadas entre si por gelo, depois que o gelo derreteu, formaram-se os caminhos na água entre "paradões". Esses caminhos são chamados de fiordes.
Quando eu fiz o passeio pelos fiordes chovia muito e não consegui tirar boas fotos... Eu terei que voltar lá novamente, mas espero que você acredite em mim: é lindíssimo!!!
A região da Patagonia Sul Chilena é chamada de Distrito de Magalhães pelo chilenos e os principais pontos turísticos são: Campo de Hielo Sur, Parque Nacional Torres del Paine, zoológico da Villa Tehuelche, Seno Otway, Isla Magdalena e os cruzeiros de verão, claro.
Um ponto de partida para conhecer essa região do Chile é a cidade de Punta Arenas onde fica o aeroporto da região. Repare no mapa que o aeroporto de El Calafate, na Argentina, também é próximo sendo uma opção (e lá tem lugares lindos para conhecer também, depois veja as nossas dicas sobre El Calafate no site). Bom, vale ter em mente que também é comum chegar à região no verão através de cruzeiros que passam por Ushuaia e por perto de Puerto Montt. Inclusive, eu ainda quero fazer esses cruzeiros (devem ser lindíssimos, mas já saiba que é caro). Falando em cruzeiros, de Punta Arenas, no verão, também saem cruzeiros para a Antartida (Ushuaia é mais perto da Antartida e tem mais cruzeiros pra lá, mas se você já estiver pelo Chile...).
No texto a seguir você verá um material sobre Punta Arenas, Puerto Natales e Torres del Paine. Outros lugares lindos na Patagônia Chilena para considerar é Puerto Williams e Cabo de Hornos. Eles ficam na Isla Navarino, sendo os locais mais ao sul do continente (mais ao sul inclusive que Ushuaia). Não chegamos a ir até esses locais, mas vi alguns materiais indicando que Puerto Williams é lindo e em Ushuaia indicaram visitar a estância existente na ilha. Mas considere esses locais se você estiver indo para lá no verão. O acesso não é fácil (há poucos voos até Puerto Williams, com aviões pequenos que vão até Punta Arenas, e há também lanchas a partir de Ushuaia, além dos cruzeiros que passam pela região).
A Casa Contardi é um dos edifícios indicados pela placa azul. É um edifício de 2 andares construído em 1925 e era a casa de Juan Bautista Contardi, um imigrante italiano com importante participação no desenvolvimento da cidade. Ele foi o fundador do jornal El Magallanes, do corpo de bombeiros e da primeira escola noturna popular, além de ser cônsul da Itália. Atualmente, a ex-residência é quartel general do corpo de bombeiros.
Descendo a rua, já próximo ao mar está o Café Restaurante Submarino Amarillo, ótimo para os fãs de Beatles.
Chegando a Av. Costanera está o monumento Goleta Ancud construído em homenagem a tomada do Estreito de Magalhães. Para quem não sabe, Goleta Ancud é o nome do navio que transportou colonos para tomar posse do território. O monumento foi inaugurado em 2014 e possui vinte e sete figuras de bronze, onze deles humana, quatro animais e duas figuras mitológicas da ilha de Chiloé.
No passeio perto do mar há vários "quiosques" onde se pode comer lanches e tomar chá para encher o estômago ou esquentar a alma. Esses "quiosques" são bem fechados para proteger os clientes do frio e vento.
Chegando perto do pier de cruzeiros você verá piers abandonados onde os cormoranes se juntam (cormoranes são aves preto e brancas, que de longe lembram pinguins).
Eu gostei também de ver os grafites feitos nas paredes das antigas docas de Punta Arenas, também de frente ao mar, próximo ao porto. Eu tive a sorte de acompanhar o trabalho de dois homens consertando o telhado que acabaram por e se misturarem com o grafite...
No porto da cidade há uma escultura de uma baleia, além de um grande mapa da cidade, lojinhas e um lindo e antigo relógio.
Próximo ao porto estão muitos dos restaurantes mais famosos da cidade.
Aproveite para comer cenoja (centola, centoia) que é um caranguejo muito grande endêmico das águas do sul. Esse caranguejo é comum tanto em Punta Arenas como Ushuaia.
Eu comi ele só em Ushuaia e em 2 pratos muito bons!! Super recomendo. Ouvi dizer que a sopa de centoja vendida em Punta Arenas é muito boa.
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PUERTO NATALES
Puerto Natales é capital da província Chilena chamada de "Última Esperança" (assim chamada pois o explorador espanhol Juan Ladrilleros disse que era sua última esperança de encontrar o Estreito de Magalhães, encontrado enfim em 1557).
A cidade só foi fundada em 1911 pelo incentivo governamental que estimulou a fundação de fazendas de carneiros e subsequente instalação de frigoríficos na região. A cidade é muito pequena e já é base para o turismo da região. Ela faz parte da rota turística do "Fim do Mundo".
A partir da cidade se encontram muitos turistas que vão conhecer o Parque Nacional Torres del Paine, o Parque Nacional Bernardo O'Higgins e a Cueva del Milodón.
Caminhamos pela cidade toda em pouco tempo.
A cidade é banhada pelas águas do Seno Última Esperanza. No verão é possível fazer passeios de caiaque/canoas em suas águas. Então se você estiver por lá no verão alugue uma bicicleta e faça passeios de canoas para descansar dos longos trekkings disponíveis na região.
Como pode notar a cidade é pequena mas é bonitinha.
Próximo a água fica ainda mais bonita, pois poderá avistar flamingos, cisnes de pescoço negro (endêmicos da região sul), além das lindas montanhas.
Além disso, posso dizer para vocês que o por do sol da região é belíssimo. Pelo que eu li, quanto mais próximo do verão mais vermelho é o por do sol. Se você tiver sorte de um céu com nuvens, o por do sol será colorido, pois as nuvens tomam cores rosa, vermelha, laranja.
A principal casa de informações turísticas da cidade fica bem na beira do seno. As pessoas são muito simpáticas e podem te ajudar com mapa e informações gerais da cidade.
Há também esculturas e 'brincadeiras' na beira do Seno. Para mim foi inesperado encontrar com essas escultura de mãos em Puerto Natales, dado que a mais famosa desse tipo de escultura fica no Uruguay em Punta del Este. Mas há também um escultura de mãos saindo do chão no deserto do Atacama (curiosidades).
Nós não chegamos a entrar em nenhum museu da cidade, mas sei que no Museo Histórico Municipal você poderá ver ferramentas antigas e fotos das comunidades indígenas que viveram na região. Fora isso, a cidade tem restaurantes com comidas muito boas e um ou dois bares mais agitados.
Se você gosta de provar bebidas locais tem que provar pisco calafate, que é um drink feito com pisco (bebida alcoólica) e com a fruta calafate, muito típico na região. Além disso, há algumas cervejas artesanais.
Dicas e fotos para conhecer punta arenas e puerto natales de itinerário de viagem, favor respeitar
Parque Nacional Torres del Paine
Bom, assim como grande parte dos turistas, paramos em Puerto Natales para conhecer o Parque Nacional Torres del Paine.
O parque é considerado uma Reserva da Biosfera pelaa UNESCO. Seu nome se deve ao maciço Paine, um bloco de picos de granito que tem ao fundo o "Campo de Gelo Sul" (Campo de Hielo Sur), situado entre os Andes e estepes patagônicos. A palavra 'paine' é uma palavra em teheulche (língua nativa) que significa azul (cor muito comum na região devido as águas, glaciares, icebergs, etc).
Se você gosta de aventura, o mais interessante a se fazer por lá é o famoso circuito "W" e a melhor época de se fazer essa trilha é o verão.
Reserve pelo menos 5 dias para fazer essa trilha. Você pode fazer na versão chic ou a versão roots.
Na versão chic você faz a trilha durante o dia e pernoita em um dos deliciosos hoteis existentes no parque (no hotel há tanto quartos particulares quanto áreas de hostel). Se você preferir acampar, pode também, pois há áreas próximas aos hotéis para isso.
Há outras trilhas menores. Se quiser fazer trilhas considere de 2 a 10 dias. Como o parque é lindíssimo, até eu que não sou lá muito fã de trilhas longas fiquei super interessada em fazer o circuito "W". Então pense bem antes de ir.
Quando eu fui já era Outono e não tinhamos tempo para fazer o circuito "W", então fizemos um passeio de van que saiu de Puerto Natales e parou pelos principais pontos do parque (contratamos junto ao hotel). Como chovia muito no dia que fomos, foi ótima a escolha do passeio de van.
A primeira parada foi na Cueva del Milodón. Esse lugar é um dos principais pontos palenteológicos da Patagônia. O nome de deve ao fato de ter sido encontrado vestígios de um Milodón (bicho preguiça-gigante) no local. O animal tinha cerca de 3m de altura e pesava cerca de 180kg. Ele vivia na região há cerca de 10 mil anos.
Na entrada da Cueva há um escultura do Milodón e dentro da cova há algumas explicações sobre a formação geológica do local.
Há um ótimo restaurante perto da Cueva del Milodón. Acabamos não indo, mas se você for ficar mais tempo, verifique se está funcionando e aproveite para ir, pois é muito bem recomendado.
Entrando no Parque Nacional Torres del Paine, vimos uma águia comendo um animal no meio do caminho e logo chegamos no famoso lago Grey.
Chovia e ventava muito (tive a sorte de ter um guia muito legal que me emprestou o casaco impermeável, tudo bem que depois ele me disse que o mais perigoso do parque eram os pumas e ele rsrs) então não consegui boas fotos, mas digo que na praia e nas águas do lago haviam grandes icebergs e podíamos ver o glaciar Grey ao fundo do lago.
No verão é possível caminhar sobre o glaciar (assim como se pode fazer também no glaciar Perito Moreno na Argentina). Se você for fazer o circuito "W" ou vai ficar no lindo hotel do lago Grey, além de caminhar sobre o glaciar você pode também fazer passeios de caiaque próximo ao glaciar (mas isso só é possível no verão também).
Ao observar as torres avistamos também um pássaro endêmico.
Saindo do lago Grey seguimos viagem para um restaurante e refúgio localizado num ponto ótimo para avistar as Torres, ou, como eles chamam, los cuernos. Pena que chovia muito e as nuvens cobriam as lindas Torres (sofri com isso, serei obrigada a voltar lá). Mas de toda forma, as duas fotos ao lado dão um sabor de como a vista lá é maravilhosa!
O restaurante também foi ótimo. Pagamos um preço fixo para comer uma refeição completa. Não lembro ao certo o valor, mas chuto que foi uns R$100/pessoa. Tomamos um vinho tinto, uma sopa quentinha, enfim... coisas gostosas que o frio nos convida a comer e beber.
Se você quiser economizar, em frente ao restaurante há uma lanchonete. Mas já digo que o restaurante tem janelas com vista privilegiada das torres e do lago, então, vale a pena saborear algo gostoso por lá mesmo.
Depois de comer seguimos de van pelos pontos principais do parque. Chovia muito e não conseguimos descer na maior parte deles.
Ao final do passeio, antes de voltar para Puerto Natales, o guia perguntou se tinhamos interesse de ver a esquila das ovelhas (esquila é a tosagem). Seguimos então para uma fazenda onde estavam esquilando as ovelhas para o inverno. É necessário tirar o pelo das ovelhas do entorno dos olhos, boca e entre as pernas, pois no inverno, com o frio patagônico, os pelos se congelam impedindo que elas vejam, movam a boca ou andem.
Durante a esquila conhecemos o dono da fazenda, que segundo nosso guia, é uma das pessoas mais ricas da região, dono de grande parte das terras e da criação de ovelhas. A família já está na terceira geração e todos trabalham nos negócios da família.
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Navegação no Parque Nacional Bernardo O'Higgins
O parque foi criado em 1969 sendo limitado por um lado pelo Campo de Hielo Sur e composto por muitas ilhas, fiordes e canais. É o maior parque nacional do Chile, mas como o acesso por terra é difícil, é o parque menos visitado.
Há navegações curtas e cruzeiros mais longos que passam pela região.
Um navio chamado Navimag sai de Puerto Montt e vai até Puerto Natales no verão, chegando até perto do parque em Puerto Éden. Deve ser lindíssimo fazer essa viagem (se você for mande-nos fotos).
Nós fizemos a navegação que vai de Puerto Natales até o glaciar Balmaceda parando numa estância. Não estava planejado, já que íamos fazer a trilha até o pé das Torres, mas como chovia muito, tivemos que trocar de passeio e nos indicaram a navegação como opção (e deu muito certo, pois o passeio foi lindo).
Já digo que minhas fotos não representam a enorme beleza desse lugar. Chovia muito e não foi fácil fotografar, mas acreditem em mim, os fiordes com as várias cachoeiras e a água de cor esmeralda e verde formam uma paisagem fora do normal!!
Por isso digo que tenho que voltar para fazer um cruzeiro pela região (de preferência no verão, com um tempo melhor).
O Campo de Hielo Patagônico Sur (traduzindo, Campo de Gelo Patagônico Sul) é uma grande extensão de gelos continentais (a terceira maior do mundo, apenas atrás da Antártida e da Groelândia, sendo a maior fora da região polar e com acesso terrestre). Está localizada nos Andes patagônicos na fronteira entre Argentina (onde por lá é chamado de "Hielo Continental Patagônico") e Chile (onde o chamam de "Campo de Hielo Sur"), sendo que 85% do seu território fica no lado chileno.
Nesse campo estão 49 glaciares, sendo os mais famosos do lado argentino o Upsala (902km²), Viedma (978km²) e Perito Moreno (259km²), e do lado chileno o Jorge Montt, Pío XI (maior existênte no hemisfério sul com 1.265km²), O'Higgins, Bernardo, Tyndall e Grey.
Vários desses glaciares estão em áreas protegidas em diferentes parques nacionais como Parque Nacional Bernardo O'Higgins (Chile), Parque Nacional Torres del Paine (Chile) e parque Los Glaciares (Argentina).
Hospedagem:
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