El Chaltén é uma cidade nova da Argentina, nova porque só foi fundada em 1985! Com pouquíssimos habitantes (não chega a 1.000) e basicamente são moradores itinerantes, populando a região no verão e poucos permanecem no inverno. Aliás, no inverno a região é tomada pela neve e os suprimentos são escassos nesta época. É muito procurada por amantes por trekking e montanhistas e para aqueles que amam acampar. Para chegar lá, você provavelmente passará pela Ruta 23 e a paisagem que se vê dela já te dá uma "pequena" amostra das belezas naturais que você estará prestes a se apaixonar!
As montanhas mais procuradas da região são: Cerro Fitz Roy (ou Monte Fitz Roy ou ainda Cerro El Chaltén); e o Cerro Torre que aliás, é considerada a montanha mais difícil do mundo para se escalar!
Bom saber também que, antes mesmo de chegar em El Chaltén, você já entra no Parque Nacional, aliás, a cidade inteira fica dentro do Parque Nacional e, sendo um Parque Nacional na Argentina, você não pode usar drones, então infelizmente não pude realizar nenhuma filmagem lá do céu.
Eu estava em Ushuaia, depois Encontrei o Renato e a Nayara do Passa Fronteiras em Calafate e seguimos de motorhome para Chaltén que fica a umas 3 horas de distância rumo ao norte. Aliás, Renato e Nayara estão fazendo uma travessia pelas Américas, saindo de São Paulo, foram a Ushuaia e pretendem ir até o Alasca num intervalo de 1 ano! Tudo isso no motorhome que eu peguei carona!
Calafate é uma região totalmente desértica, então a estrada é praticamente deserto e você vê muitos rios formados pelo derretimento de glaciares, com aquela cor ímpar dos rios da Patagônia, com tons azulados e verdes.
Neste trajeto, você também cruza por dois momentos pelo Lago Viedma, que possui 1.088km². Há alguns pontos muito próximos com mirantes que te oferece vistas sensacionais. A paisagem e a natureza do lugar foram incríveis: teve um momento que o havia uma faixa de sol entre as montanhas, mesmo o céus estando nublado, algo surreal, parecia até montagem!.
No trajeto também vimos muitos guanacos e lebres já que a região possui muitos animais como estes. Chegando em El Chaltén, já dava para ver o Fitz Roy e avistá-lo foi uma sensação muito emocionante, dava aquela sensação de “caramba, estou indo para um lugar com as montanhas mais lindas do mundo!”
Chegamos em Chaltén tarde porque tiramos muitas fotos durante todo o trajeto, então em todos os lugares que íamos, estava bem escuro (para se ter uma noção, no verão, a região anoitece lá pelas 20h). Então, procuramos um lugar para dormir.
Antes de irmos, o pessoal falou que normalmente El Chatén faz muito sol, mas quando chegamos lá, o tempo virou e ficou muito frio, o que é normal acontecer em regiões montanhosas dos Andes. Como a região é bem escura, acabamos não encontrando o camping para estacionar o motorhome e assim, dormir. Conseguimos parar numa rua sem saída e foi lá mesmo que dormimos.
Somente quando acordamos é que reparamos que havíamos parado em um lugar muito bonito, próximo de um rio de águas de Glaciares, caracterizado pela cor azul meio leitosa, bem perto de uma parede rochosa e com uma pequena capela. Eu vi que é uma capela dedicada às pessoas que morreram tentando escalar os picos que tem na região como o Cerro Torres e o Monte Fitz Roy. Pelo o que averiguei, a capela foi criada depois da morte do primeiro montanhista que tentou escalar a região, mas não se sabe ao certo se ele chegou a cumprir o seu objetivo, ou se ele morreu na ida ou na volta, enfim, lá na capela há os nomes das pessoas que faleceram por lá.
Na sequencia, fomos na ponte do rio e avistamos uma placa de ponto de encontro de praticantes de trekkings. Como aquela região é muito procurada para a realização de trekkings, muitas pessoas acabam passando por lá.
Nesta época alguns rios são invadidos com didymo (alga), que é um contaminante. Então se você molhar o pé nestas águas, deve lavar muito bem o pé e o calçado assim que tirar os pés das águas contaminadas, porque senão você pode contaminar o ecossistema e por onde passar. Para saber se o contaminante está perto de você, fique atento às placas com estas indicações.
Resolvemos ir até o centro de turismo da cidade para checar as opções de trekkings que poderíamos fazer, já que não tínhamos muito tempo. Aliás, bom falar aqui que este centro de turismo é bem legal, com informações sobre a fauna e flora, muitas maquetes explicando as principais trilhas q vc pode fazer e todos os níveis de dificuldade existentes.
Há uma explicação sobre os animais existentes na região e eles inclusive pedem até para você fotografar alguns determinados animais da fauna que são raros de serem avistados. O pedido do centro para fotógrafa-los é porque a equipe gosta de saber como estes animais estão e acompanhar, de alguma forma, o desenvolvimento deles. Mas já aviso que eles só são avistados em trekkings mais longos e não naqueles mais próximos da cidade.
O que eu consegui ver foram os pica paus de tonalidade marrom escuro com manchas brancas. Há um outro de cor preta e cabeça vermelha, mas este eu não avistei.
Bom, é bom saber também que El Chaltén é uma cidade muito pequena e totalmente voltada pro turismo. A fronteira entre Chile e Argentina fica exatamente nas montanhas e como é muito difícil saber exatamente qual lado você está, mas por isso que a cidade foi fundada, para estabelecer um ponto de referência argentino.Lógico que as tribos que vivem por lá não se importam com estas divisões;
dicas para conhecer el chaltén na argentina com fotos e textos exclusivos do itinerário de viagem
Trekking até Laguna Capri com vista para Cerro Fitz Roy
Do próprio centro de turismo sai uma trilha bem fácil e curta. Como não tinhamos tempo, fizemos uma trilha que chega na primeira laguna de onde se observa o Cerro Fitz Roy e que também é o primeiro ponto de acampamento para quem vai encarar o trekking que chega até a base das montanhas ou para o trekking que vai efetivamente subir os picos. O tempo estava instável, variando entre sol e chuva.
O Cerro Fitz Roy possui este segundo nome em homenagem a Robert FitzRoy, capitão do navio HMS Beagle que levou Charles Darwin em sua viagem ao redor do mundo. A grande dificuldade para um alpinista querer subir até o seu ponto mais alto não é a altura do Cerro, já que ele possui 3.375 metros, digamos que é uma altura razoável para um alpinista profissional. O que o torna desafiador são suas paredes verticais que exigem muita técnica. E como sempre, o clima muda a todo instante.
Este trekking que fizemos dá pra fazer tranquilo. Paramos o carro na entrada do trekking, e este possui muitas placas e não é fácil se perder, até porque o caminho é de mata fechada e não há outro caminho a seguir do que aquele que foi aberto para se caminhar (pelo menos neste trecho é assim). Foram 2 horas subindo o trajeto e mais 2 horas descendo.
Começou a chover muito quando chegamos na Laguna Capri (que é a laguna para se observar o Mont Fitz Roy) e nos abrigamos em uma parte coberta. Como esta é uma área de camping, tem até banheiro e lugares para sentar, então, aproveitamos para comer. Como o tempo estava muito nublado, bateu uma frustração de não poder avistar o Fitz Roy. Esperamos um pouco e decidimos voltar. Descendo trilha abaixo, após 5 minutos, de repente notamos que o céu abriu e saiu sol. Voltamos rapidamente à laguna e mesmo com algumas nuvens, tiramos muitas fotos do Mont Fitz Roy. Foi muita sorte e a vista é linda!
De alma lavada, voltamos e paramos para jantar em uma hamburgueria muito boa do centro de El Chaltén e depois ficamos num camping da avenida principal, com boa estrutura e estacionamento para deixar o motorhome. Há opções de chalés também.
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Lago del Desierto e Trekking até o Glaciar Vespignani
No outro dia fui com a operadora Criollos Turismo realizar um passeio chamado "Full Day Calfate-Chaltén" até o Glaciar Vespignani. Originalmente o passeio sai mega cedo de Calafate e pára em Chaltén (são quase 3 horas de estrada, percorrendo 213km). Como eu já estava em Chaltén’, não precisei acordar mega cedo. O passeio com a Criollos Turismo eu já poderia usar o drone porque ele foi realizado em uma reserva natural, o que é permitido, mas ninguém me avisou... o que foi uma pena!
Saindo cedo de Chaltén, pegamos uma estrada de terra por baixo das montanhas, o trajeto balança muito e o carro vai bem devagar. Mas a vista é muito bonita, com vistas lindas dos cerros e glaciares. Para não ficar muito cansativo, há algumas paradas em alguns mirantes. Paramos também para ver algumas quedas d’água, tipo cachoeira com visual muito bonito por causa da cor das águas. A van pára no Lago del Desierto e é o lago onde ocorreu o epicentro de toda a confusão ente Chile e Argentina (guerra territorial).
A saber: o valor do passeio saindo de El Calafate custa em torno de $1900 pesos argentinos. Há preços diferenciados para crianças. O trekking até o Glaciar Vespignani foi a convite da empresa Brasileiros no Fim do Mundo.
Entramos num barco que faz a travessia do lago em 30 minutos e neste momento eles servem um lanche simples e gostoso e até grande! Descendo na ponta da outra extremidade, encontramos um domo grande para as pessoas se sentarem e tomarem algo e assim partir pro trekking escolhido, que são 3 tipos: faixa verde mais fácil e mais rápido, amarelo médio em tempo e dificuldade e vermelha, que é o mais longo e mais difícil. Escolhi o trekking vermelho porque é o único que sobe até o Glaciar Vespignani e que vale muito a pena, porque além do Glaciar, você vê o lago de cima também, um visual lindo!
Eu pude ter a chance de ir pelo trekking vermelho e voltar pelo trekking verde que passa pela beirada do lago. O trekking é bem dentro do bosque, bem sinalizado e muito fácil.
Chegando no Glaciar tirei muitas fotos e depois descemos para o domo e tomei um chocolate quente.
Na volta a van só faz uma parada na rodoviária de Chaltén (parada técnica) de 15 minutos e segue direto a Calafate. Chegamos em Calafate por volta das 21 horas, não sei ao certo porque, como disse anteriormente, coo no verão o sol se põe tarde, você perde a noção do tempo!
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