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CUNHA
Postado por Estela T em 10/11/2020 Editado em 30/04/2023

Em apenas um final de semana em Cunha é possível fazer um overview da cidade e conhecer importantes pontos que fazem a cidade uma queridinha do momento.

Caminho do Outro em final de semana em Cunha

Caminho do Ouro (Ouro Preto) em Cunha

Cunha é uma cidade pequenina com um pouco mais de 21 mil habitantes, fica a 233km do centro de São Paulo e a uns 22kms da fronteira com o Rio de Janeiro e 44km de Paraty, rodeada pelas montanhas da Serra do Mar e Serra da Bocaina.

Antes de ser colonizada e fundada como uma cidade, a região já havia sido habitada por tapuias, tupis e tupis dos tamoios. Fundada em 1724  foi somente em 1785 que foi "elevada" a vila pelo então governador da Capitania de São Paulo, Francisco da Cunha e Meneses, com o nome de Nossa Senhora da Conceição de Cunha, em homenagem ao político e a história meio que acaba por aqui porque eu não consegui encontrar quando a cidade foi rebatizada para apenas "Cunha".

Cunha é um dos 12 municípios do estado de São Paulo considerados estâncias climáticas já que cumpre determinados pré-requisitos naturais definidos por uma Lei Estadual que são: clima ameno entre "montanhas", cachoeiras, zona verde expressiva e extensa, possibilidade de ecoturismo. Quem tem curiosidade em saber quais são as outras estâncias climáticas do estado de São Paulo são: Analândia, Atibaia, Bragança Paulista, Caconde, Campos do Jordão, Campos Novos Paulista, Morungaba, Nuporanga, Santa Rita de Passa Quatro, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí. Desta lista,  Santo Antônio do Pinhal, Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí são bem próximas de Cunha.

Muitas pessoas falam que ocorre em Cunha aquilo que se têm denominado de "turismo rural". Bom, há controvérsias porque eu não acho que a cidade se encaixa nesta classificação. Apesar da zona rural ser a maior fonte de renda da cidade, acredito que ainda não são muitos os locais com este tipo de turismo.

Dizem ainda que a vitivinicultura (a ciência que estuda a produção da uva, que poderá ser destinada para a produção de vinhos) em Cunha já foi muito importante e que foi introduzida por Antônio de Serpa Junior e seu produto chegou a ganhar uma medalha de prata na exposição Sul-Americana realizada em Berlim no ano de 1887. Bom, faz muito tempo que isso aconteceu, mas nos leva a crer que o solo de lá pode ter um potencial. Pelo o que eu soube, existe a família Veloso que vem trabalhando no resgate da vitivinicultura da cidade. Infelizmente quando estive lá não tive a oportunidade de me aprofundar nisso, fica para a próxima. Mas percebi que com a proximidade com Minas Gerais, a cachaça é mais presente, bem como a cerveja, sendo a mais famosa a Wolkerburg que também não conhecemos, porém acabamos parando na Cervejaria Caminho do Ouro e experimentamos aquela que mais vendem: a de maracujá (amamos).

A região possui cachoeiras para visitação e acabamos parando apenas na Cachoeira do Mato Limpo que fica na beira da estrada para quem está saindo de Cunha e indo para Paraty.

 

Dicas úteis

Indo de carro para Cunha a partir de São Paulo: O trajeto leva quase 3 horas e tem uns 3 pedágios que não custou mais do que R$30 cada trecho (valor de Novembro/2020). Antes de viajar consulte o QUALP para calcular o valor do pedágio.

Indo de ônibus e transporte público a partir de São Paulo: Pegue o metrô até a rodoviária na estação Tietê e pegue o ônibus até a cidade de Guaratinguetá (~R$30 valor de Abril/2019) e o trajeto levará quase 3 horas! De lá pegue outro ônibus, para Cunha (~R$16 valor de Abril/2019 operado apenas pela Viação São José) que levará mais 1 hora para finalmente chegar em Cunha.

Para chegar ao Lavandário (um pouco mais de 10km do centro), ao Contemplário (~16km do centro), ao Wolkenburg Brewery (~23km do centro) e cachoeiras, a melhor coisa é procurar o serviço de taxi ou ir de carro.

Existem tours operados por algumas empresas, mas por enquanto não consigo indicar nenhum.

Passear por Cunha sem carro é praticamente impossível. O terreno é montanhoso, então há muito sobe e desce e "pernas para que te quero". Quem foi de ônibus procure tours ou faça os passeios de taxi (combinando a corrida de volta também, se possível). Não há serviço de UBER. Mas você também pode alugar um carro em Guaratinguetá pela RentCars.

Note que fomos a Cunha e ficamos praticamente 1 dia inteiro na cidade, explorando locais abertos e evitando aproximação com outras pessoas. Viajamos em Novembro de 2020 após quase 8 meses sem irmos sequer a um parque público. Vimos que Cunha estava com 4 casos positivos de COVID, sendo 1 internado e outros 3 em tratamento em suas casas. Obviamente não estavam lá apenas os habitantes de Cunha, havia muitos turistas, o que fez com que a viagem fosse "tensa", já que a todo o momento a gente não relaxava nos nossos cuidados em não nos contaminarmos e nem contaminar ninguém. Então a dica é: se vai viajar, use máscara a TODO MOMENTO, bem como o álcool gel; não encoste nos objetos, nos alimentos e nas pessoas sem necessidade; obedeça o distanciamento físico; não entre em estabelecimentos com muitas pessoas, se as pessoas não estão usando máscara, não opte em consumir os produtos e/ou serviços destes locais; faça a higienização de tudo a todo momento.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição final de semana em Cunha

Paróquia Nossa Senhora da Conceição

Cervejaria Caminho do Ouro final de semana em Cunha

Cervejaria Caminho do Ouro

Cachoeira do Mato Limpo em Cunha

Cachoeira do Mato Limpo em Cunha

final de semana em Cunha

Mercado Municipal de Cunha

O Mercado Municipal de Cunha é minúsculo, mas vale a visita porque o prédio foi construído em 1913 em um local onde antes existiu uma capela que acabou em ruínas. Apesar de ter sido construído com o objetivo para ser um mercado municipal, acabou tendo outras funções nos mais de 100 anos de história como: palco de teatro, depósito da prefeitura, salão de baile, bar, etc. Voltou a ser mercado municipal a partir de 1985 e hoje tem peixaria, açougue, uma banca de produtos de mercearia, uma cervejaria que só vende cachaça dentre outros tipos de bancas, mas são pouquíssimas.

É bem fácil chegar lá porque fica próximo à igreja central da cidade. Estacionamos o carro em uma das ruas e fomos andando até lá. Não encontramos estacionamentos facilmente, mas por sorte nada de ruim aconteceu ao carro.

Mercado Municipal final de semana em Cunha

Mercado Municipal de Cunha

Mercado Municipal de final de semana em Cunha

Alguns produtos típicos da única banca que vende este tipo de item

Mercado Municipal final de semana em Cunha

Detalhe da cervejaria que só vende cachaça (praticamente)

final de semana em Cunha

A cerâmica de Cunha

Uma das grandes tradições de Cunha são as cerâmicas. A primeira vez que ouvi falar sobre esta cidade foi quando eu fui a Paraty e no trajeto de carro até lá, vi uma placa convidando as pessoas a conhecerem "Cunha, a cidade das cerâmicas". Nunca esqueci esta informação e isso foi em 2008, numa época em que eu não tinha este blog e tirava péssimas fotos.

A cerâmica quase sempre existiu nesta cidade, meio que como um carma (note que "carma" não é usado apenas para coisas ruins, pois existem carmas bons também) já que há indícios de que os tupis dos tamoios também realizavam as suas cerâmicas na mesma região. A população de Cunha também fazia as suas panelas de barro, o que não deixa de ser um tipo de cerâmica.

Em 1975 chegou na cidade um grupo de artesãos formado pelo casal japonês Toshiyuki e Mieko Ukeseki, o português Alberto Cidraes (remanescentes do Grupo Takê) e os irmãos mineiros Vicente e Antônio Cordeiro. Esse grupo, com o apoio da Prefeitura de Cunha, deu início à construção do primeiro forno Noborigama na cidade e que pelo nome e o contexto da coisa toda, já deu pra entender que se tratava de um forno de alta temperatura para a queima de cerâmica típico do Japão.

Instalado no Antigo Matadouro, o grupo acabou "fundando" uma cultura e uma tradição na cidade e isso fez com que uma debandada de outros artistas curiosos pela técnica acabaram migrando para lá, o que resultou no surgimento de aproximadamente 16 ateliês de cerâmica nos dias de hoje.

Desde 2005 é comemorado de Julho a Setembro o Festival de Cerâmica de Cunha, celebrando aquele primeiro forno Noborigama. Acho que em 2020 este evento foi cancelado, bem como todos que aglomerava um número considerável de pessoas pelo mundo afora.

Abaixo as mãos e o trabalho de Vitor, um dos estudantes do ICCC - Instituto Cultural de Cerâmica de Cunha. Neste local os alunos aprendem o ofício da técnica de forno a gás. Em épocas sem pandemia era realizado um workshop pago.

Vitor esmaltando uma peça no ICCC final de semana em Cunha

Vitor esmaltando uma peça no ICCC

Casa do artesão final de semana em Cunha

Casa do artesão em Cunha

Pinhão em conserva na Casa do Artesão final de semana em Cunha

Pinhão em conserva na Casa do Artesão

Casa do Artesão

Além dos ateliês e lojas de Cunha para comprar suas famosas cerâmicas, você pode ir à Casa do Artesão que reúne várias peças de diversos artistas da região e há algumas com valores bem convidativos. Do outro lado do mesmo local, há artesanato e alguns quitutes para comprar, incluindo pinhão em conserva e até bolo. Infelizmente não experimentei nada de pinhão porque eu achava que iria encontrar em vários outros lugares por onde passei e que teria tempo suficiente para comprar estes itens, mas não tive. Eu adoro pinhão e escrevendo o post fico mega arrependida por não ter aproveitado a oportunidade.

Volte aqui que postaremos um vídeo com imagens lindas das cerâmicas de Cunha!

Suenaga e Jardineiro

Talvez o mais famoso ateliê de cerâmica com forno Noborigama ativo hoje é o Suenaga e Jardineiro. Trata-se de um casal (ela nascida no Japão e ele em São Paulo) que montou os seus fornos de técnica japonesa em 1985 e desde então produzem peças únicas onde processos conhecidos como wabi-sabi, ou seja, o acaso, são aplicados na queima das peças de cerâmica feitas de argila local. Desta forma sabemos que cada peça terá uma reação única, onde a cor vai ser uma surpresa quando o forno for aberto, deixando o conceito de wabi-sabi transpor as peças do artesanato para o artístico.

A queima das peças são programadas seguindo um cronograma. Como estes fornos são feitos pela queima de lenha, junta-se uma determinada quantidade de peças para queimar. O processo leva 15 horas no forno e mais outras várias horas para esfriar as peças. Importante saber também que o conhecimento químico para fazer o esmalte (que é feito por eles) é fundamental para chegar a um resultado esperado em termos de qualidade, já que a cor e a tonalidade em si será o acaso das variantes do momento. Antes da pandemia havia uma demonstração destas ações, mas não sabemos mais como este processo poderá ser acompanhado no futuro.

As peças aqui são bem mais caras por causa de todo este valor artístico embutido que expliquei, mas é tudo de muito bom gosto e requinte.

Endereço: R. Dr. Paulo Jarbas da Silva, 150 - o local possui um pequeno estacionamento que pode estar totalmente ocupado rapidamente (acho que entram 2 ou 3 carros). O atendimento é ótimo e as peças uma mais linda que a outra, dá vontade de comprar tudo.

Entrada da Suenaga e Jardineiro em Cunha

Entrada da Suenaga e Jardineiro

Cerâmica da Suenaga e Jardineiro final de semana em Cunha

Uma das cerâmicas

Suenaga e Jardineiro final de semana em Cunha

Suenaga e Jardineiro em Cunha

Os fornos da Suenaga e Jardineiro final de semana em Cunha

Os fornos da Suenaga e Jardineiro em Cunha

Cerâmicas da Suenaga e Jardineiro final de semana em Cunha
Cerâmicas da Suenaga e Jardineiro em Cunha

final de semana em Cunha

As Lavandas de Cunha

Por mais que a cerâmica seja o carro chefe do turismo em Cunha, ultimamente com o advento das redes sociais, duas plantações de lavanda vêm roubando a atenção dos turistas para esta cidade: O Lavandário e o Contemplário.

O Contemplário em Cunha

O Contemplário

Não faço ideia como e porque empresas especializadas em lavandas foram parar lá em Cunha, mas provavelmente um dos motivos é o clima ameno. Tais empresas se instalaram por lá para cultivarem a planta e atenderem a demandas de outras empresas que precisam de sua essência, porém, certeza que viram um potencial no turismo e lá fomos nós nesta onda!

Eu adoro lavanda e, apesar de odiar as essências artificiais dos produtos de limpeza (que a mim não lembram quase nada o cheio da planta) sempre gostei do seu cheiro natural e também do visual que ela tem. Ela é famosa desde a Grécia Antiga que as utilizavam para o bem estar, saúde e beleza. Esta sabedoria de gregos não é por acaso já que a planta ajuda a acalmar, combate a insônia, é bactericida e fungicida, alivia problemas respiratórios, limpa ambientes, e ajuda a afugentar pragas de hortas.

Ainda não conheci os campos de lavanda em pontos específicos da Europa como França, Inglaterra e Italia, mas estão na lista! Saiba que a lavanda no Brasil é uma variação de um melhoramento genético que foi necessário apesar de ser cultivada em locais mais propícios a sua sobrevivência, porque querendo ou não o nosso clima não é temperado em nenhum canto.

A lavanda pode ser consumida como tempero, porém, somente algumas empresas vendem a lavanda comestível e as que compramos em Gardens é melhor não comer porque devem ter pesticidas fortes.

Vocês não devem saber, mas eu adoro cozinhar. Um belo dia estava procurando onde conseguiria achar lavanda comestível e, através da minha pesquisa na internet, descobri o Lavandário, e isso aconteceu muito antes de todo este auê causado pelas redes sociais. Acabei não fazendo a receita que queria, mas a vontade de conhecer este local e finalmente ir a Cunha prevaleceu!

Você pode conhecer o Contemplário que não cobra a entrada (por enquanto) mas eu indico fortemente o Lavandário porque o primeiro não tem uma vista de encher os olhos e seu campo estava meio "depenado", sem muitos atributos que nos faça pensar que estamos em uma plantação de lavanda.

final de semana em Cunha

O Lavandário de Cunha

Chegamos no Lavandário lá pelas 16 horas visando o pôr do sol, já que dizem que é o melhor momento do local. É verdade dizer que ele é lindo, mas não necessariamente por causa das lavandas, mas sim pela geografia do horizonte, das montanhas de Cunha.

O Lavandário possui um estacionamento externo exigindo que o visitante faça uma caminhada bem íngrime até os campos, então opte por entrar de carro no local caso haja vaga no estacionamento interno. O campo de lavanda não é grande, é íngrime e bem restrito para quem possui restrições de movimentação.

Devido à alta expectativa, algumas pessoas podem ficar chateadas, já que as fotos, dependendo do ângulo, fazem parecer que o local é brutalmente florido, mas não. Os arbustos de lavandas são pequenos porque a nossa lavanda brasileira é diferente das européias e há espaçamentos entre um e outro, deixando o visual "careca". Para quem entende que o local é uma plantação, a visita  é OK, mas para quem espera ver um "campo dos sonhos", pode ficar decepcionado. Outro ponto a considerar é que lá as lavandas são plantadas para serem comercializadas, logo, você não poderá andar livremente entre todas elas. Para isso há um local próprio sem cerca para os visitantes explorarem. É um local bem pequeno onde todo mundo fica competindo pelo espaço, mas o visual para as montanhas compensa tudo.

Lavandas do Lavandário v

Lavandas do Lavandário

Lavandas do Lavandário final de semana em Cunha

Passarela para visitantes

Loja do Lavandário final de semana em Cunha

Loja do Lavandário

Sorvetes de Verbena e Lvanda da Loja do Lavandário final de semana em Cunha

Sorvetes de Verbena e Lavanda

Mirante do Lavandário final de semana em Cunha

Um dos mirantes

O local possui uma loja de dois andares (com valores bem salgados) e um café com bolos de lavanda e o famoso sorvete de lavanda. Ele é bem gostoso, mas não foi o melhor da vida. Para os mais sensíveis pode ser até enjoativo porque a flor acaba tendo notas amargas. Eu gostei muito mas amei mais o de verbena, que também é plantada por lá e é o cheiro que mais amo na vida.

Comprei brigadeiros com lavanda que são deliciosos, valem a pena! Acho que sugeriria o sorvete de chocolate belga com lavanda ao invés do de lavanda puro. Comprei também açúcar com lavanda para finalmente fazer a receita que eu quero.

O campo é íngrime e pequeno, portanto a visita pode levar 1 hora tranquilamente. Há pouquíssimos bancos para contemplação e um mirante. Os workshops que eram comumente organizados não está em atividade, muito provavelmente por causa da pandemia.

A plantação se diz orgânica. Para entrar o ingresso em Novembro/2020 por pessoa é R$15 e maiores de 60 anos pagam R$7 e os ingressos são disponibilizados apenas na portaria do local. Fica aberto das 10h-17h30. Mas isso tudo pode mudar, consulte o site deles antes de ir (por enquanto funciona de sexta a domingo e feriados).

final de semana em Cunha
Lavandário de Cunha no fim de tarde

Lavandário de Cunha no fim de tarde

Lavandário de Cunha no fim de tarde final de semana em Cunha
Pássaro no Lavandário de Cunha no fim de tarde

Um dos pássaros de Cunha

Lavandário de Cunha no fim de tarde
Lavandário de Cunha no fim de tarde

final de semana em Cunha

O Olival

Restaurante O Olival em Cunha

O Olival

Sabe aquele lugar que você adiciona na sua lista para conhecer só se der tempo e acaba sendo o plot twist mais maravilhoso da sua viagem? Então, para mim foi o Olival.

Como o nome do local já diz, é um olival, uma plantação de oliveiras que, segundo especialistas, é muito difícil conseguir fazer com que uma oliveira dê frutos aqui nos trópicos. O Olival conseguiu este feito com os 1.300 pés que ficam ouvindo música clássica para controle de pragas do pomar, além de trazer alegria para as oliveiras, segundo o proprietário agrônomo do local, Sr. Naef, um homem muito gentil e mega atencioso, tão atencioso que foi difícil nos despedirmos daquela conversa gostosa que tivemos com ele.

O Olival possui um restaurante lindo, com poucas mesas e que infelizmente não havíamos nos programado para almoçar lá, fica para a próxima como prometi para o Sr. Naef. Disse a ele que quero acompanhar a próxima colheita das azeitonas.

O local possui (por enquanto) um único chalé de muito bom gosto no mesmo estilo do restaurante (foto ao lado) e o plano é construir mais alguns outros chalés. Eu não vejo a hora deles ficarem prontos para eu me hospedar lá. A vista é incrível, ela dá para o pomar e entorno do vale que é pura Mata Atlântica. Além das oliveiras, há plantação (em micro escala) de café, milho, maracujá, uvas, e várias outras espécies, algo que o agrônomo Naef provavelmente faz para enriquecer o solo de forma sábia. A produção de azeitonas ainda é insuficiente para a produção do azeite mas o Sr. Naef possui um grande sentimento de que ano que vem (2021) será possível, então por enquanto os azeites comercializados por lá são de parceiros.

O local é puro charme. Andamos morro acima entre as oliveiras ao som de Vivaldi e exploramos o local inteiro. No meio do caminho vimos até um pessegueiro, algo que eu nunca tinha visto na vida e com pêssegos! Além de amoras e as parreiras de uvas estavam com uvas em formação. E claro, alguns pés de oliveira estavam com pequenos frutos, algo muito emocionante de se ver.

Existe uma visita guiada com degustação de azeite por R$25 e também há uma análise sensorial de azeites por R$45 (valores de Novembro/2020), mas quando estivemos por lá, ninguém ficou nos forçando a adquirir nada, o local é tão elegante que você se sente à vontade a todo momento. Se você tiver interesse por estas experiências adicionais, entre no site deles e se informe a respeito, provavelmente é necessário agendar por causa do protocolo de distanciamento social.

Restaurante O Olival em Cunha

Restaurante O Olival

O Olival em Cunha

Produtos à venda

Tonéis de azeite do Olival em Cunha

Tonéis de azeite

Olival em Cunha

As oliveiras

Olival em Cunha

Vista do Olival

final de semana em Cunha

 

Casa da Serra Restaurante do Gentil

Por causa da pandemia, muitas informações ficam desencontradas na internet, então, antes de viajar a Cunha, eu não tinha em mente almoçar no Casa da Serra Restaurante do Gentil porque o Google indicava que não havia refeições no local. Mas "quem tem boca vai a Roma" (eu sei que a expressão correta é "quem tem boca vaia Roma"), acabei perguntando por lá e nos indicaram fortemente ir porque estava funcionando.

Chegando lá já vi que era um restaurante pequeno e que as mesas estavam umas distantes das outras para preservar o distanciamento social. O cardápio estava escrito na parede do salão principal e, apesar de não possuir um cardápio tropeiro (que eu queria muito experimentar por conta da história do local), acabamos pedindo o porco na lata (ele não vem em uma lata, mas é um método de cozimento na banha do porco), o brasileirinho (que é filé mignon) e o risoto de camarão. Os pratos custaram em média R$55 e considerando um destino turístico, achei os preços OK. Porém, quando a comida chegou, passei a considerar o preço muito justo porque os pratos eram bem abastecidos e em especial o risoto de camarão, eu preciso falar que este não tinha miséria, muito saboroso, farto e com aproximadamente 8 camarões grandes em meio a muitos pequenininhos. Eu achando que seria só um camarão grande no topo, mas quanto mais eu comia, mais camarões apareciam.

Endereço: Estrada Cunha Paraty - km 60.5

Casa da Serra Restaurante do Gentil em Cunha
Casa da Serra Restaurante do Gentil em Cunha

Menu

Casa da Serra Restaurante do Gentil em Cunha

Risoto de Camarão

Casa da Serra Restaurante do Gentil em Cunha

Porco "na lata"

final de semana em Cunha

Fazenda Aracatu

A fazenda fica na Rodovia SP-171, Km 56, s/n Zona Rural, entre o Lavandário e o Contemplário e nada mais é do que uma lojinha de muito bom gosto pitoresco, com produtos da fazenda como compotas, queijos, pães, doces, geléias e etc. Eu me arrependo por não ter comprado os doces de lá, porque achei que conseguiríamos voltar, então se estiver por lá, compre. O local também serve alguns lanches.

Guloseimas da Fazenda Aracatu em Cunha

Guloseimas da Fazenda Aracatu

Guloseimas da Fazenda Aracatu em Cunha
Fazenda Aracatu em Cunha
final de semana em Cunha

Pedra da Macela

Pedra da Macela é uma montanha íngrime na Serra do Mar localizada na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Para quem está um final de semana inteiro em Cunha, acredito que faz sentido fazer este passeio, porém, é necessário que esteja preparado para pontos com quase nenhuma sombra e pernas fortes, porque realmente é íngrime.

A Pedra da Macela possui 1840 metros de altitude, considerada como o ponto de maior elevação da região. O acesso para a trilha possui estacionamento e um banheiro bem rústico. No início vemos que a trilha é concretada e não de terra batida, nos levando a crer que será um subida fácil, mas não é muito não, é considerada de esforço moderado, levando de 60 a 80 minutos. eu levei 50 miutos, porém faço academia regularmente.

Chegando lá em cima finalmente a panturrilha é sentida e começa a dar cãimbras. Possui duas áreas demarcadas para camping e uma torneira com água. Dizem que haverá banheiros secos rústicos lá em cima também.

A imagem de lá de cima é muito bonita. Pena que quando eu fui, a nuvem estava muito baixa, esconcendo Paraty, o mar e Angra dos Reis. Mas mesmo assim, o visual compensou todo o esforço!

A subida para a Pedra da Macela em Cunha

A subida para a Pedra da Macela em Cunha

A subida para a Pedra da Macela em Cunha

Chegando no topo

Vista da Pedra da Macela em Cunha, sao paulo

A vista mais famosa

Mapa dos locais descritos e sugeridos neste post:

 

Mais lugares para conhecer:

Um dos lugares para quem tem tempo em Cunha é conhecer o PESM - Parque Estadual Serra do Mar que foi criado em 1977 e ampliado em 2010 e é considerado a maior Unidade de Conservação de toda a Mata Atlântica contínua, com 332 mil hectares e abrangendo 25 municípios paulistas. As fotos das vistas que eu vi na internet sobre este lugar são incríveis! Com certeza gostaria de conhecê-lo! Dizem que a biodiversidade aqui é maior que a da Floresta Amazônica por km2. Eu quase fui, mas acabamos nos entretendo em outras atrações.  O parque passa por 11 municípios, então você tem 11 núcleos para visitar. Há trilhas guiadas, outras não guiadas e algumas são mais pesadas. Dentro você encontra a Mata Atlântica junto a vida animal e cachoeiras. É necessário adquirir ingressos de forma antecipada e para adquiri-los clique aqui.

Pedra da Macela é uma trilha de quase 2km que, pelo o que entendi, você nem precisa contratar um guia ou um tour. Parece que a trilha é pavimentada com concreto e leva-se cerca de 1 hora para subir mas é muito íngrime. As fotos que vi de lá também me surpreenderam! Localizada em um trecho da Serra do Mar conhecido como Serra da Bocaina, apresenta altitude de 1840 metros e é o ponto de maior elevação da região. Entre Maio e Agosto algumas pessoas realizam voos de asa delta e parapente. Um ponto importante a saber é que a Pedra da Macela faz parte de Paraty, Rio de Janeiro. Chegando lá em cima é possível ver Paraty mas somente se não estiver com nevoeiro, algo muito comum de acontecer. Não possui iluminação artificial, então se você for no final do dia, leve lanternas.
As cachoeiras mais próximas de Cunha são: Cachoeira do Desterro (11,3km de distância do centro), Cachoeira do Pimenta (11,7km do centro e 2,5km de distância da Cachoeira do Desterro), Cachoeira do Mato Limpo (que nós fomos e fica a~21km do centro) e Cachoeira da Barra do Bié (24km do centro). Pela pesquisa que fiz, uma é mais linda que a outra e todas bem diferentes.

Em Abril e Maio a cidade celebra a Festa do Pinhão, já que a iguaria é típica da região e a cidade é grande produtora do mesmo! A cidade também realiza algumas festas religiosas católicas e que são muito apreciadas por turistas como a "Festa do Divino", sempre em Julho, com novenas e festejos, como congada, Moçambique e jongo.

final de semana em Cunha

Hospedagem:

Nos hospedamos no Recanto dos Pássaros que fica próximo ao portão de entrada de Cunha. A entrada é bem discreta e um tanto escondida, o que é comum passar direto por ela na primeira vez. Com preços muito convidativos, você fica até com receio, mas só chegando lá que eu percebi que na verdade esta pousada é muito justa, o que torna a experiência encantadora. Alugamos os chalés que são aquilo o que se vê nas fotos do Booking, e é tudo bem limpo e cuidadoso. As proprietárias do local são muito atenciosas e simpáticas e qualquer dúvida não demoravam muito a responder via whatsapp. O café da manhã tem uma variedade considerável e muito gostoso. Jamais vou esquecer o delicioso bolo de milho cremoso, o melhor da vida! O local possui animais, então se você não gosta muito do cheiro de roça, procure outro local. Até mesmo no local onde é servido o café da manhã sente-se o cheiro, mas até mesmo eu que sou cheia de frescuras, não chegou a me incomodar.

No início da manhã os pássaros começam a cantar loucamente, então para quem ama (como eu) é um plus. É daí que veio o nome da pousada, e faz jus!

Outras sugestões:

Hotel do Parque - talvez um dos poucos hotéis da cidade, possui estacionamento gratuito e café da manhã.

B&B Sol Poente - possui um estilo mais casa de campo, com paredes, chão e tetos de madeira. Possui estacionamento privativo gratuito e recepção 24 horas. Preços bem convidativos

Pousada Calu - são 3 quartos com banheiros privativos construídos no terreno com carinha de casinha do interior aconchegante. Possui estacionamento gratuito, bar e café da manhã. Existe um chalé para família que cabem até 7 pessoas.

Guest House Recanto da Montanha - é uma hospedagem domiciliar em uma residência moderna e muito clean, porém com banheiro compartilhado. Preços muito competitivos. Eles disponibilizam toalhas e itens de higiene pessoal.

 


ATENÇÃO: Algumas informações descritas no blog podem mudar, como por exemplo, preços, horários de funcionamento e até mesmo endereços. Consulte sempre antes de ir! Não possuímos vínculos com as empresas, serviços e profissionais mencionados neste blog 

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Deixe seu comentário / 2 Comentários

  1. Responder
    Estela T

    😉

  2. Que vontade de voltar pra Cunha! Passamos pela cidade quando fomos a Paraty e desde então morro de vontade de passar uns dias por lá!

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