Dicas de viagem à Bolívia incluindo o Salar de Uyuni, um dos lugares mais fascinantes que conheci. Passei uma semana na Bolívia na época do Reveillon. O foco era o Salar mas passamos por outras cidades da região. Leia para conhecer um pouco mais sobre a Bolívia!.
Saímos um pouco antes do reveillon de São Paulo e voltamos lá pelo dia 02 de Janeiro. Fomos via Santa Cruz de la Sierra porque era o vôo mais barato e esta é umdas cidades mais importantes da Bolívia, com grande concentração de empresas, claro que La Paz possui importância, mas Santa Cruz tem grande expressividade e não é uma das mais populosas.
Uma curiosidade acerca da Bolívia: muitos atribuem Sucre como a capital do país e outros, La Paz. Se for pesquisar no Google, as duas cidades constam como capitais do país... sendo Sucre a capital constitucional e La Paz a capital federal.... vai entender?
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SANTA CRUZ DE LA SIERRA
Ficamos hospedadas em Santa Cruz de la Sierra e ficamos somente um dia nesta cidade, caminhando no centro e nas imediações do hotel, chamado Senses Hotel Boutique . Fomos a um restaurante de frente à Igreja Matriz, então lembro que jantamos por lá, mas basicamente só caminhamos pela cidade sem muito compromisso.
Santa Cruz de la Sierra é a maior e mais populosa cidade da Bolívia e considerada o motor econômico do país, com a atividade principal girando em torno do gás natural. Dizem que a cidade possui um cenário gastronômico excelente, então, quando estiver por lá, prove o que puder.
Depois pegamos um vôo de Santa Cruz de la Sierra para Sucre que passa por cima de montanhas. Porém, o vôo foi conturbado porque havia alguma instabilidade nas condições aérea, fazendo com que o vôo parasse em Cochabamba.
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COCHABAMBA e SUCRE
Como o pessoal do aeroporto conseguia nos precisar quanto tempo o vôo ficaria parado em Cochabamba, eles mesmos nos sugeriram sair do aeroporto para fazer pequenos passeios ou comer pela cidade. Então, pegamos um taxi e fomos conhecer o Cristo da cidade que é alcançado por teleférico.
Uma curiosidade: a cidade de Cochabamba atrai muitos estudantes de medicina atraídos pelo baixo valor das mensalidades deste curso. Aliás, atrai muitos brasileiros.
Depois de um total de umas 4 ou 5 horas, seguimos no vôo para Sucre, chegando lá à noite e acabamos perdendo o nosso dia nesta cidade. O hotel boutique que ficamos em Sucre era muito lindo e tinha uma cara mais nostálgica dos tempos antigos bolivianos (chamava-se Samary Hotel Boutique, encontrado hoje como "Mi Puebo Samary") e custou US$60/noite. Até me fez lembrar da arquitetura árabe, porque tinha um jardim interno (jardim de inverno). Depois de descarregarmos nossas malas no quarto, fomos caminhar pela cidade e digo que é uma cidade muito simpática e linda, com casas caiadas. Fazia muito frio na cidade e acabamos comprando tocas e luvas porque não imaginávamos que passaríamos tanto frio para a época do ano.
O centro histórico de Sucre foi incluído em 1991 na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, já que conserva grande parte do patrimônio boliviano, então a cidade é muito visitada por turistas.
Como você está em Sucre, aproveite para explorar as áreas do acervo paleontológico com pegadas de dinossauros! Trata-se de uma área de uma grande indústria da região que em uma de suas reformas encontrou tais vestígios de que dinossauros passaram pelo local há 70 milhões de anos.
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POTOSI e UYUNI
De Sucre contratei um transporte privativo pela empresa Turismo Sucre Ltda. passando por Potosi e nos deixar em Uyuni. O passeio começou bem cedo, algo em torno de 06 horas da manhã, porque o caminho é bem longo. A escolha por um transporte privativo foi tomada porque algumas pessoas me alertaram que os ônibus que faziam o mesmo trajeto eram muito ruins e como fui com minha mãe, quis proporcionar o melhor conforto a ela. O trajeto custou US$321 e há a opção de taxi por US$252.
O legal é que o motorista que nos fez o transfer era praticamente um guia turístico, ele conhecia tudo e ia nos explicando tudo! O caminho todo era deserto puro. Às vezes apareciam algumas pequenas construções, lhamas e algumas cholitas com crianças. Cholitas são mulheres com traços indígenas e que usam uma roupa colorida bem típica. Você encontra as cholitas em todos os lugares da Bolívia, mas dependendo da região, elas possuem estilos diferenciados.
Vale lembrar que inicialmente elas eram chamadas de cholas, porém esta denominação acabou ganhando um significado pejorativo com intenção de diminuir a mulher indígena que tinha migrado para a cidade. Hoje chamar alguém de chola é considerado um crime no país. Cholita foi um jeito mais carinhoso de chamar estas mulheres e uma forma de reforçar o orgulho de sua origem indígena.
No meio do caminho paramos em Potosi e comemos as famosas saltenhas que lembram muito as empanadas argentinas. O centro de Potosi me lembrou La Paz, super cheio, cheio de trânsito e muambas. Apesar disso, Potosí é conhecida pelo seu vasto patrimônio arquitetônico. Exemplos de construções são: a Catedral Gótica de São lourenço, a Casa da Moeda e a Universidade Tomás Frias. A cidade figura na lista como Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1987.
Paramos em um museu famoso sobre as minas da cidade e depois passamos na frente da maior minas de alumínio já desativada e depois seguimos o caminho para Uyuni.
Do caminho de Potosi a Uyuni vimos muitas plantações de quinua, que na época que eu visitei a região, não era muito comum em São Paulo este tipo de grão. A quinua é um dos alimentos mais consumidos na Bolívia, mas em 2012 era uma novidade para mim.
Chegando em Uyuni minha mãe começou a ter dor de cabeça, que dizem que é o "mal de altitude". Eu não senti absolutamente nada, então fica um alerta para os mais sensíveis. Existe um remédio para o "mal de altitude" e nos foi alertado que minha mãe tomasse tal remédio antes de ir ao Salar. Assim que ela tomou, a dor de cabeça passou!
Lá ficamos em um hotel de sal, muito bom chamado Hotel de Sal Luna Salada . Eles são bons e baratos, para se ter uma ideia, é possível ficar em um hotel 4 estrelas pagando o valor de um 2 estrelas, isso devido à fraca economia boliviana. Os tijolos das paredes e o chão era todo de sal. Até a cama era de sal.
Como o hotel fica na boca do Salar, dava para ver um por do sol lindo a partir do restaurante do hotel através das janelas gigantes. Aliás, a comida era muito boa e tomei uma sopa de quinua. O hotel tinha um buffet de praticamente tudo o que era típico, lógico que haviam opções mais internacionais, porém, gostei das opções locais saudáveis.
Como é uma região asteca, muitas das técnicas de conservação de alimentos utilizadas por este povo são replicadas até hoje, como batatas em conserva. Minha mãe não gostou, porque parecia uma batata apodrecida e com fungos rsrsrsrs. Eu não tive coragem de experimentar, mas minha mãe provou e desaprova o gosto rs.
A Igreja de San Cristóbal Lopez (foto acima à direita) é uma das maiores riquezas culturais e religiosas da cidade de Potosí e só isso bastaria para colocá-la em destaque. Porém, há algo a mais para ser contado: o vilarejo de San Cristóbal, pertencente ao Departamento de Potosí, foi fundado em cima de onde hoje existe uma mina de prata que, segundo o que falam, é a maior mina de prato do mundo (eu jurava que era no México, mas tudo bem).
Como encontraram prata, o vilarejo teve que ser realocado para outro lugar e é onde a Igreja de San Cristóbal está hoje.
Vendo-a assim toda linda, nem imaginamos que ela veio com o vilarejo! Pois é… não só as pessoas foram realocadas, desmontaram a igreja inteira e depois montaram pedra por pedra onde ela está hoje, no mesmo estio arquitetônico empregado pelos jesuítas no século XVIII, é incrível, não?
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SALAR DE UYUNI e o DESERTO DE SILOLI
No outro dia, deixamos este hotel e fomos explorar o Salar com uma agencia de turismo que contratei antecipadamente. O passeio foi privativo pelo Salar de Uyuni. Existem várias modalidades de passeios e inclusive tem aqueles que dá para acampar no Salar. Mas pousamos em um hotel no meio do deserto (a hospedagem do guia é paga pelo cliente, porém o preço é mais barato).
Na época que fomos, não havia água em cima do salar. Existem muitas fotos do lugar onde é possível ver um espelho d’água, mas como ainda era final de Dezembro, não há incidência de chuvas. Para aqueles que fazem questão de encontrar este espelho d’água, programem a viagem entre Fevereiro e Março, épocas chuvosas. Vale lembrar que sempre faz frio principalmente à noite e até mesmo no verão.
Apesar de não ver o espelho d’água, o branco do sal nos rendeu muita diversão com fotos de ilusão de ótica onde o próprio guia turístico nos direcionava nas poses das fotos.
Por falar no guia, ele foi um ótimo profissional e a comida que ele preparou pra gente estava muito boa, esquentando-a em um tipo de forninho. O almoço faz parte do pacote turístico. Ele nos explicou sobre a região, que é um dos maiores alares do mundo. Nos disse que antigamente o local era mar e depois, quando houve a colisão de placas tectônicas que causou a elevação dos Andes, o mar recuou e por conta das montanhas em volta, a água se manteve por lá por muito tempo, ou seja, ela não foi escoada para o Oceano. Devido a isso o salar é profundo e extenso, após a água secar.
O guia também nos contou sobre a rixa entre Chile e Bolívia e sobre o conflito que fez com que a Bolívia perdesse o Deserto do Atacama para o seu rival. Muitos turistas optam por conhecer o Salar de Uyuni e depois estender a viagem até o Deserto do Atacama, passando pelo Deserto de Siloli. Se você optar por este itinerário, vai notar que a paisagem, em um dado momento, é muito idêntica do lado boliviano e do lado chileno, porque no fundo uma coisa é a continuação da outra. A única diferença que você encontra é na estrutura turística, sendo o lado chileno, mais preparada.
Então não esqueça... o Deserto do Siloli e o Deserto do Atacama (lado chileno) são o mesmo deserto. Vale falar aqui que o Deserto de Siloli é considerado o mais seco do mundo (!!!) junto com o Atacama
Passamos por uma pequena ilha de cactos gigantes, alguns chegam a altura de 2 metros. Apesar de ser chamada de ilha, o lugar não é cercado por água, mas provavelmente em épocas de chuva fica rodeada por água.
Depois paramos para conhecer um hotel de sal antigo que provavelmente não recebe mais turistas (não tenho muita certeza), é mais um ponto turístico e é caracterizado com as várias bandeiras de várias nações hasteadas na sua frente.
Seguindo rumo ao Deserto de Siloli, passamos pela Laguna Colorada (ou Rossa, ou Laguna Vermelha) e para chegar lá, há uma espécie de fronteira mas não sei se é cobrada a passagem por ela, porque se é cobrada, fazia parte do nosso pacote turístico. Perto de lá há uma região famosa de gêiseres, porém, não foi possível visitar porque naquela época estava ocorrendo um conflito entre tribos e a passagem de turistas estava proibida, bem como na Laguna Verde, não podemos conhecê-la.
No deserto vimos alguns animais como um tipo de mistura de coelho e castor, lhamas, flamingos e etc. No caminho também encontramos a famosa “árvore de pedra” e como já estava ficando tarde, começou a ficar muito frio. De lá, fomos ao Los Flamencos Eco Hotel perto de uma laguna (nação sei o nome e nem o Google sabe) com cheiro de enxofre, ou seja, não era muito agradável, mas o visual era muito lindo e muito, mas muito frio (o lugar fica a 1.000 metros de altitude). Tomamos um chá de coca industrializado e bem docinho.
Depois de explorar o Deserto de Siloli, voltamos a Uyuni mas antes de pisarmos na cidade, passamos no deserto de trens que eram utilizados na extração de minérios. Esta atividade na Bolívia ainda é muito expressiva.
Chegando em Uyuni, pegamos um vôo rumo a La Paz.
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LA PAZ e Tiauanaco
Já digo que não gostei da cidade e ficamos hospedadas na zona sul, que é a região que haviam nos dito que é a melhor para se hospedar. O nome do hotel que ficamo é Camino Real Aparthotel & Spa . Como chegamos tarde, só jantamos na região e dormimos.
No dia seguinte, dia 31 de Dezembro, fizemos um tour privativo com a Cruzani Travel à Tiauanaco com a mesma empresa que nos levou a Uyuni. Lá é um lugar onde ficam as famosas pirâmides astecas bolivianas e um conjunto de arqueólogos e outros especialistas estão reconstruindo algumas pirâmides. Existe um museu que visitamos também.
O lugar possui muitos minérios e é uma região muito magnetizada, tanto que nos mostraram uma bússola que não parava de rodar. Acho que por isso que minha câmera pifou, porque logo que cheguei a este local, ela parou de funcionar. Então já passo uma advertência a você desde já, para se informar a respeito da compatibilidade de seus eletrônicos para esta região!
Passamos o réveillon em um dos hotéis da zona sul e no dia seguinte fomos ao centro de La Paz, como na Rua das Bruxas, onde vendem tranqueiras, mas conseguimos boas negociações em objetos de prata, então vale a pena negociar!
Nossa volta foi no dia seguinte para Santa Cruz de la Sierra e depois São Paulo.
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Mais lugares para conhecer:
Em La Paz você pode ir no MUSEF - Museo Nacional de Etnografía y Folklore, Museo de la Coca (museu bem simples), Museo Nacional del Arte (não encontrei o site oficial), Museo de Arte Contemporaneo Plaza (não possui site oficial até o momento).
Em Sucre existe o Museo del Tesoro com muitas pedras e minérios, o Oratório de São Felipe Néri que possui uma arquitetura linda, museu de arte indígena chamada ASUR - Antropólogos del Surandino, Iglesia Nuestra Señora de La Merced e a Catedral Metropolitana de Sucre.
Em Santa Cruz de la Sierra existe um tipo de centro cultural chamado Manzana Uno e parece muito promissor, há o Parque Nacional Amboró.
Hospedagem:
Em Santa Cruz de la Sierra: Senses Hotel Boutique
Em Uyuni: Hotel de Sal Luna Salada
Em La Paz: Camino Real Aparthotel & Spa
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