Até o dia 28 de Maio, está rolando a Exposição de arte contemporânea de Yoko Ono, no Instituto Tomie Ohtake em Pinheiros, São Paulo. A exposição é pequena, porém, como boa parte dela é interativa, você leva um tempinho para apreciar as obras.

O nome da exposição é "O Céu é Ainda Azul, Você Sabe..." e é bem poética. É um apanhado geral de várias obras da artistas em vários momentos da carreira. Como a própria curadoria da exposição define: "Yoko Ono continua questionando de forma decisiva o conceito de arte e do objeto de arte, derrubando esses limites. Foi uma das pioneiras a incluir o espectador no processo criativo, convidando-o a desempenhar um papel ativo em sua obra."

Na exposição há frases lindas de Yoko Ono e também instruções para você emergir no espaço como: "Respire, Sonhe, Sinta". Parece ser bobo, mas quando você lê estas palavras e se dispõe a fazer o que a palavra pede, você realmente entende e sente a arte dela de uma forma diferente. É quase sensorial provocado apenas pelas palavras e seu cérebro.

Uma obra incrível e, aparentemente muito simples, é a da água que você pinga com o conta-gotas em cima da esponja, onde pede-se que você escute o som da água e que, no primeiro momento você não escuta nada, mas depois da explicação do rapaz da equipe do instituto, tudo faz sentido e você escuta tudo!

Outra obra chocante é a da foto dos destroços causados pela bomba atômica que atingiu Hiroshima na Segunda Guerra Mundial, onde você se aproxima da projeção na parede e, através de um sensor de movimento instalado quase rente à parede projetada, detecta a presença de alguém e um forte estalar de luz é acionado, como se a bomba tivesse atingido o chão naquele instante.

As salas de exposição foram montadas de um jeito que acaba brincando com os seus sentimentos. De um lado você sai bem otimista, você coloca um desejo na árvore dos desejos, vê muita positividade, monta algumas porcelanas quebradas em alguma nova criação, pinta, etc... Aí sai de lá com a reflexão da bomba de Hiroshima. Depois você passa para a outra sala de exposição, apreciando as obras de artistas variados e renomados neste espaço com o tema "água". Aí você entra na segunda sala e vê alguns vídeos que ela fez e, digamos.... alguns são bem perturbadores. Imaginar que ela criou algo do tipo na década de 60, podemos só pensar na ousadia dela. Mas no fim, mais positivismo e esperança te enche de volta!