O nome do post é O Melhor do Inhotim, mas isso significa que é o melhor na minha visão pessoal, ok? São os pontos que eu com certeza indicaria para todos os meus amigos (que isso inclui vocês que lêem este post) e que tem pouco tempo para visitarem Inhotim e não querem perder as melhores obras e melhores galerias.
Se você acessar o nosso menu em América do Sul > Brasil > Minas Gerais, vai encontrar o detalhamento das três rotas que existem lá em Inhotim (Rota Rosa, Rota Amarela e Rota Laranja). Para visitar tudo, absolutamente TUDO, recomendamos 3 dias inteiros. Então, se você não tem este tempo, o Itinerário de Viagem te ajuda a planejar as suas andanças por Inhotim!
Para conhecer o Melhor de Inhotim, primeiro faça o check list:
Horário de funcionamento: Terça a sexta-feira das 9h30-16h30 e Sábado, domingo e feriado das 9h30-17h30. Fechado às segundas
Entrada: Terça, quinta, sexta, sábado, domingo e feriado R$ 44,00 e Quarta-feira (exceto feriado) é gratuito
Saiba que na quarta-feira o local fica bem cheio e talvez a visitação não seja tão proveitosa por conta disso. Aliás, feriados prolongados com o final de semana costumam lotar o parque, tente evitar estas datas para ter o máximo de aproveitamento!
Estacionamento e bicicletário gratuito (em dias de grande movimentação, o estacionamento lota! Chegue cedo)
Guarda volumes gratuito
Transporte interno: R$28,00
Carrinho elétrico com motorista para 5 pessoas: R$500,00/diária ou R$200,00/hora
Há 02 restaurantes e 02 cafés e 01 lanchonete, cada um com o seu valor. Dê uma checada no site oficial clicando AQUI.Como chegar
Inhotim fica na cidade mineira de Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte. Quem não é de Minas Gerais, chegando lá de avião, você vai provavelmente descer no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) e pegar a estrada por quase 2 horas (considere que pode existir trânsito). Do aeroporto até Brumadinho, há várias maneiras para alcançar Inhotim:
- Alugando um carro (que é o mais indicado para aqueles que vão dedicar mais de um dia em Inhotim ou para aqueles que também vão conhecer outras cidades de Minas Gerais, onde 3 dias de aluguel de carro sairia por +ou- R$300,00);
- Você pode ir de ônibus do aeroporto até a Rodoviária de Belo Horizonte (40km de distância) e depois pegar o ônibus da Saritur que custa +ou- R$30. Fique de olho que há horários específicos de saída e este ônibus só opera de terça a domingo. Da rodoviária de Brumadinho até a porta de Inhotim, o taxi pode custar de R$10 a R$15. A distância é de 4km, o taxi leva cerca de 10 minutos. Todo o trajeto, sem contar os tempos de espera para pegar o transporte pode levar cerca de 03 horas e 10 minutos.
- Contratando um serviço de transfer (preços sob consulta)
- Taxi é caro, fica em torno de R$300,00 só para levar do aeroporto até Inhotim. Um UBER do aeroporto até Inhotim fica em torno de R$170,00.
- É quase inexistente operadores de UBER em Brumadinho.
- O trânsito perto da Rodoviária de Brumadinho no final do dia É GRANDE, podendo ocasionar perda de ônibus para aqueles que optaram por este transporte. O ideal é chegar na região antes das 17h.
Bom, a melhor opção, na minha opinião, é alugar um carro para ter mais autonomia, até porque o estacionamento de Inhotim é gratuito!
Para se hospedar em Brumadinho há várias opções e preços de hotéis, inclusive hostel.
Do centro de Brumadinho até a entrada de Inhotim, o taxi custa cerca de R$10,00 a 15,00 depende da distânciaInhotim é grande e possui trajetos íngremes. Se você é daqueles que vai fazer a visitação a pé, por favor, vá de tênis bem confortável (e de cor escura porque a terra lá é roxa). É como visitar um parque... não se veste salto alto e sandálias num parque. Leve protetor solar.
Para este post focamos o assunto para aqueles que não possuem muito tempo na visitação, então, recomendamos o aluguel do carrinho de R$28,00/pessoa.Leve garrafinha d'água. Apesar de ter muitos pontos de bebedouros no parque, leve consigo uma garrafinha para sempre ter água disponível.
Não é possível fazer piquenique dentro do parque.
Procure saber a previsão do tempo e, se chover, leve capa e guarda-chuva.
Partindo da recepção e seguindo pela rota Rosa ao sul, você pode facilmente encontrar o trabalho de Yayoi Kusama a pé.
Yayoi Kusama - "Narcissus Garden", 2009
Em cima do Centro de Educação e Cultura Burle Marx está a obra Narcissus Garden de Yayoi Kusama. Inspirada na mesma obra que a artista instalou na 33ª Bienal de Veneza, Itália, em 1966, aqui encontramos o mesmo conceito da obra que é a crítica bem irônica ao sistema da arte e seus sistemas de repetição e mercantilização. São 500 esferas sobre um espelho d'água e o que eu achei interessante é que, com o vento, as esferas acabam criando sons quando uma toca na outra e, lógico, elas são deslocadas de um lado a outro.
Localize-se no mapa e chegue a pé até a Galeria Doris Salcedo. O trajeto pode parecer longo, mas você levará poucos minutos para alcançar esta galeria.
Galeria Doris Salcedo
A visita a esta galeria é bem rápida já que a galeria é pequena e possui apenas um trabalho da artista colombiana Doris Salcedo: "Neither", 2004. A obra que vemos está instalada permanentemente nesta galeria, onde podemos notar a intervenção na arquitetura onde a artista prensou uma enorme grade de metal contra as paredes da galeria, para nos passar uma alusão aos campos de concentração ou símbolos de segregação encontradas em qualquer cidade do mundo.
A partir da Galeria Doris Salcedo, você começa a usar o transporte interno de Inhotim.
Galeria Miguel Rio Branco
A surpresa que cerca esta galeria já começa com a emocionante arquitetura da galeria: ela se parece com um navio e vemos uma espécie de enorme proa de um navio metálico cor de ferrugem.
Nesta galeria estão reunidas fotografias e vídeos do artista espanhol Miguel Rio Branco. Seus temas abordam questões sobre a prostituição e personagens do Pelourinho, fotos dos trabalhos de estudos sobre o barroco, entre outros trabalhos. Coloco em destaque a obra do "excluído" chamada Diálogos com Amaú, 1983. Trata-se de projeções que foram expostas na XVII Bienal de São Paulo e destaca retratos daquilo que era o Brasil até 1983 e também um menino índio caiapó, o Amaú, que é surdo e mudo e naquela época, considerado uma espécie de pária em sua aldeia (Gorotiri, Sul do Pará).
Como hoje em dia o pudor está em moda, esta é uma galeria que menores de idade devem entrar apenas acompanhados com seus pais porque possui imagens de nudez.
Pegue novamente o transporte interno e se prepare para duas impressionantes obras da Rota Rosa:
Galeria Matthew Barney
Esta galeria fica no meio da mata e possui uma arquitetura de dupla geodésia espelhada. Dentro encontramos a De Lama Lâmina, 2004 - 2009 do americano Matthew Barney. Ele colocou um gigantesco trator florestal torto, segurando uma escultura em polietileno de alta densidade. A escultura de árvore você identifica pela forma clássica composta de tronco, galhos e raízes, porém, no seu topo, a escultura se transforma em uma figura geométrica mais artificial, perdendo a sua organicidade. Na explicação da obra, o artista faz uso de uma "complexa narrativa sobre o conflito entre Ogum, orixá do ferro, da guerra e da tecnologia, e Ossanha, orixá das florestas, das plantas e das forças da natureza."
Subindo a pé rumo ao norte, em uma subida, encontre uma das galerias que mais me emocionou em Inhotim!
Galeria Doug Aitken
Esta galeria é dedicada ao trabalho "Sonic Pavilion", 2009 do americano Doug Aitken. Antes mesmo de entrar nesta galeria já dá pra apreciar a arquitetura dela, que é circular e feita de vidro e aço. Entrando, você nota que o vidro que daria uma vista de 360 graus do topo da rota Rosa é revestido por uma película plástica que deixa a paisagem lá de fora embaçada, porém, ao se aproximar dos vidros, a imagem fica nítida. No meio do pavilhão circular, há um poço tubular revestido por vidro com 202 metros de profundidade e dentro dele foram instalados microfones e equipamentos de amplificação sonora para, assim, ouvirmos o som da terra! O som não é contínuo, ele vem e vai... e é o acaso que o faz reverberar.
No meio da sala, bem em cima do poço revestido de vidro, você olha para os vidros do pavilhão e consegue enxergar a linda paisagem de Inhotim nitidamente! Além disso, o som da sua voz naquele exato lugar é completamente diferente quando você está em qualquer outro ponto da galeria!
Você pode voltar todo o caminho com o transporte interno e voltar até a Galeria Doris Salcedo e partir para a Rota Amarela, conhecendo a Galeria True Rouge.
Galeria True Rouge
Esta é um das galerias mais procuradas em Inhotim é dedicada a apenas uma obra do pernambucano Tunga. Quando esta obra foi inaugurada em Inhotim, no ano de 2004, houve uma performance artística com artistas nus que interagiam com um produto viscoso vermelho e que ainda podemos ver algum resquício do mesmo na obra. Pelo o que li sobre a obra, o "trabalho surge do poema que lhe dá título, escrito por Simon Lane e que descreve uma ocupação do espaço pelo vermelho, valendo-se de trocadilhos entre a língua inglesa (true) e francesa (rouge). Os objetos que pendem do teto, unidos por estruturas interdependentes, aludem a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não chega, contanto, a tocar o chão."
Descendo rumo à recepção por um trajeto rápido e a pé (não há opção de transporte nesta parte), encontre a Galeria Praça.
Galeria Praça
Como várias outras galerias de nomes genéricos (sem nomes de artistas) as exposições são temporárias. Destaco-a aqui porque encontrei nos seus 3 espaços, 3 obras ou conjuntos de obras magníficos e pode ser que você também os encontre: a obra do americano Marcius Galan, chamada Imóvel/Instável, 2011; a obra da canadense Janet Cardiff chamada de Seção diagonal, 2008 e o conjunto de obras de Luiz Zerbini. Todas as obras são espetaculares, profundas e vale uma visita mais longa.
Novamente a a pé siga rumo ao norte para a impressionante Galeria Cildo Meireles.
Galeria Cildo Meireles
Outra galeria muito procurada em Inhotim que apresenta dois trabalhos do carioca Cildo Meireles. A primeira é o "Desvio para o Vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio, 1967-1984" e "Através, 1983 - 1989". A galeria é dividida em dois e na primeira seção possui a primeira obra que é dividida em 3 salas, sendo elas: Impregnação, Entorno e Desvio.
É necessário tirar os sapatos na primeira parte da visita, ou seja, na primeira sala, a parte da obra "Impregnação". Lá quase tudo é vermelho. Só as paredes e poucos detalhes que não. Mas o mais interessante é que você percebe um certo desbotamento nas obras, algumas estão meio alaranjadas. Todos os itens você vê que não foram tingidos no mesmo tom, foram adquiridos na tonalidade que são, vermelho. Andando pela sala, caímos num corredor denominado como "Entorno" que é representado por um pequeno frasco que despeja o vermelho do chão para uma imensidão preta, te levando à terceira parte da obra, o "Desvio", que é uma sala escura e preta e no final dela há uma pia torta que jorra um líquido que nos remete ao sangue.
Lendo um pouco sobre o conceito da obra, a intenção do artista é mostrar aquela casa toda arrumada, ordenada e requintada como um porto seguro que, inevitavelmente está ligada à sociedade lá fora, que é a pia jorrando sangue na escuridão. A casa vermelha é como um refúgio onde a pessoa se sente protegida de qualquer sangue que possa ser derramado.
Saindo da primeira parte da galeria, calce seu sapato novamente e vá para outra seção da galeria com a obra "Através". Diferentemente da primeira obra, aqui o calçado fechado é de extrema importância porque o chão da obra é composto por vidro temperado quebrado.
Nesta obra o artista usa materiais que lidamos no dia a dia que criam barreiras físicas ou até psicológicas. Obviamente o artista eleva os materiais para questões mais amplas. Os objetos são desde uma cortina de chuveiro a uma grade de prisão, passando por materiais de origem doméstica, industrial e institucional.
Rumo ao norte e entrando na Rota Laranja, a pé, vá em direção á Galeria Cristina Iglesias
Galeria Cristina Iglesias
Você pode ir rumo ao norte a pé ou de carrinho (mas provavelmente o carrinho não para nesta obra) e procurar pela obra que está no descampado de Giuseppe Penone.
Giuseppe Penone - "Elevazione", 2000-2001
O italiano Giuseppe Penone é um dos mais importantes artistas da Italia desde o final dos anos 1960 e explora materiais não convencionais e alguns destes trabalhos são árvores. A obra consiste em uma fundição em bronze de uma castanheira centenária sem a sua copa, à qual outras partes de árvores vivas foram soldadas. A grande árvore de metal está elevada por pés de aço. Ao seu lado estão 05 outras árvores que, ao longo dos anos, irão crescer e se aproximar da escultura, como se a sustentassem e criassem um espaço arquitetônico para abrigá-la. Então já sabe... volte a Inhotim daqui a uns anos e verá uma transformação nesta obra!
Continue a rota até a obra de Chris Burden chamada "Beam Drop Inhotim". Este trajeto é um pouco longo e se puder, tente encontrar o carrinho e otimizar o seu tempo neste trajeto.
Chris Burden - "Beam Drop Inhotim", 2008
Esta obra do americano Chris Burden é colossal. Durante 12 horas um guindaste de 45 metros de altura lançou em uma poça de cimento fresco as 71 vigas que compõem a obra. Desta ação podemos apreciar a grande escultura que ocupa o alto de uma colina em Inhotim. As vigas usadas nesta obra são de ferros-velhos próximos a Belo Horizonte e manipuladas pelo artista, para assim criar uma composição que remete à gestualidade do expressionismo abstrato, especialmente das pinturas de Jackson Pollock (1912-1956), que o artista aponta como referência importante da obra.
Você pode interagir com a obra, batendo com a mão nas vigas, para formar algum tipo de som, algum tipo de música.
Pegue o carrinho e desça até a Galeria Galpão e ande mais um pouco até encontrar a obra de Olafur Eliasson, a "Viewing Machine"
Olafur Eliasson - "Viewing Machine" , 2001
Esta obra do dinamarquês Olafur Eliasson é um tipo de caleidoscópio feito de aço inoxidável e metal e você pode interagir com ela, girando-a e vendo em 360 graus a paisagem do instituto e arredores formando cores e formas dentro das paredes espelhadas do caleidoscópio. A ideia é propor uma nova experiência de percepção do nosso entorno!
Se puder evitar dias muito cheios em Inhotim, evite, porque a fila para observar esta obra de arte geralmente é grande quando o parque possui muitos visitantes. Dias cheios são: quarta (dia de entrada gratuita), feriados prolongados e finais de semana de períodos de férias escolares.
Pegue o carrinho até a Galeria Adriana Varejão. É importante entender que a parada que o carrinho faz nesta galeria é do lado de trás da mesma. Será necessário dar a volta para acessar a entrada.
Galeria Adriana Varejão
Esta galeria reune obras da artista carioca que mais remetem aos azulejos. Logo na frente da galeria você já pode ficar pertinho de uma de suas obras, que é um banco azuleijado com tema de plantas alucinógenas.
Dentro da galeria você é tomado por emoções diversas com várias técnicas que a artista trabalha. São obras impressionantes espalhadas em três andares da galeria.
Olha... sou fã!
Desça a pé rumo ao sul, quase perto da Recepção e conheça a última galeria indicada neste post
Galeria Lygia Pape - Ttéia 1C, 2002
A Galeria Lygia Pape apresenta a obra da carioca "Ttéia 1C" de 2002 e é definitivamente um trabalho lindo, delicado e que você até fica sem ar!
Considerada uma das mais importantes artistas brasileiras do século XX, Lygia Pape traz esta instalação artística que nos dá uma ideia de teias e a palavra "teteia" é uma palavra coloquial para denominar pessoa ou coisa graciosa. Também dá uma sensação que são fachos de luz de um grande palco, onde cada facho de luz está direcionado a um elemento que poderia ser uma pessoa em uma dança, interpretando uma peça de teatro, ou algo do tipo.
E para finalizar, outro ponto que consideramos o melhor de Inhotim é o trabalho paisagístico empregado neste parque, com muitos exemplares raros e uma harmonização com obras de arte feita com maestria!
ATENÇÃO: Algumas informações descritas neste post podem mudar, até porque Inhotim está em constante mutação onde algumas obras podem ser substituídas e etc. Informações sobre preços, horários de funcionamento e até mesmo endereços também podem mudar, mas de 1 em 1 ano nós sempre atualizamos tudo! De toda forma, consulte sempre antes de ir! Não possuímos vínculos com as empresas, serviços e profissionais mencionados neste site 😉
IMPORTANTE: DEVIDO AO SURTO DE FEBRE AMARELA, O INHOTIM VERIFICARÁ SE CADA VISITANTE POSSUI A CARTEIRINHA COM COMPROVANTE DE VACINAÇÃO!
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